plastico, sempre a quebrar

[POEMAS] Poemas de Julho e Agosto

04/07

Antigas memórias de Verão
A busca por uma solidão
caminha sobre minha pele
os trechos de Celan.

Ajudar aos pássaros
que alguma hora virão
trazer notícias de algum outono
E como é tradição eles também irão

Creio em algo maior
a insuficiência da palavra
e seu domínio em nossa condição
cuida de teu rosto menina
as traças estão famintas
essa verdidão


08/08

conversas em quieto
destroças
a cativante leveza de ser
bastante
os traquejos de um sol a se por
inquieto
o destino atravessa o pecado
outono
suas vítimas se encolhem
amaras
os cânticos de uma aversão

de abandono os deuses se criaram
outrora completas
pediam a ti;
uma mão estendida por toda primavera
e cedestes


21/08

De um traço no escuro
você se desfez
perfeita na miséria do imperfeito
uma cor mais que estranha
nas tuas mãos o mais redondo olhar
por toda melodia que a noite alcançar

Como um feitio ao mistério
você renasceu
de confusas asas, uma vida estornou
alegorias cresceram feito prédios
o sol se pôs mais tarde
teus heróis já eram humanos
e suas mãos, o mais redondo o olhar

A par de todas as dores
você se criou
alheia a misera
finitude das
coisas