[POESIA] Poema de Junho
Esse mês foi de poucas palavras, sinto que houve alguma mudança de paradigma(ou talvez a introdução de remédios pra bipolaridade). Sinto que passei já desse marasmo e novas palavras estão surgindo, diferentes, menos alheias. Vou aproveitar a falta de poemas e postar alguns antigos(A maior parte de qualidade duvidosa).
11/06/25
Se tratava do sol
teu parto indizível
minhas palavras por fazer
Retalhos
Ando hoje pelos passados alheios que outrora dei.
Cântico disforme dos amores passados
Parto do pressuposto que não há mais encaixe
nessa gruta partida do Eu
vejo ali o velho boteco que tanto bebi
seu gosto– o mesmo
me embriago na mesma qualidade de tempos alheios
seu corpo, inchado e frio, permeia todas as passagens
encurtados pelas memória, seu rosto
enriquecido pelo seu esquecer, sua pele
enrugada pela juventude, seu amor.
Vejo daqui aquilo que vi, distante–
Cheirosas plumas da mudança
Se pouco me via,
Hoje pouco me importa
Pois cega no limbo do presente,
Fantasiando um tempo inexistente, hoje
ou amanhã
me descubro, mesmo que outrem.
24/08/2023
As cores do jardim
quase preto
vieram de um além
quase real-
Os anjos que buscaram
a sombra de seu calor
entenderam
o mármore sob seus pés-
partidos; trazem a mim
o desejo irreconciliável das
três, quatro verdades.
Quieta ao mundo, o
bebê nunca chorou ao
ver sua cauda crescer para
um ventilador quebrado
com a cadência das cores
nada veio, nada vem.
17/11/2023
A semântica dos desconhecentes
A ti; os horrores da vida passadas
caminhei, devagar nas entre-
linhas de tuas entre-
vértebras, dilatadas de tantas memórias.
diante desse teu defunto calor dos
entrecortes da alma, deitados nos cantos
de meus peitos, devastados por
Ti, -- --
Quando buscar aqueles antigos versos
conjurados por um Eu de amores
compostos, saibas que são apenas entre-verdades.
enquanto tuas pútridas olheiras pesada-
mente Minhas prolongarem nas tigela entre-
comidas das nossas palavras; Perdurarei.
Pelo não sonhado coçar,
Você, sonolento, caçou a verdade em campos de grisalhos lírios
Expandidos por toda parte.
Sabendo das enfermidades do divino, tiraste uma foto
Para nós que nunca conhecemos à inocências
Lírios,
doces e amargos,
Migalhas de coisa alguma, vejo em seus olhos
meus sonhos que nunca pensei sonhar
com quantos anos morri naquele verão?
A luz, o brilho
florescem
O tempo retorna
O por do sol nasce
O cheiro de condicionador barato
primavera
Nas sombras do céu-abacate
Com mãos-olhos, escrevo
carmesins
promessas, levadas pela lua
Cheiro de saudades do sol que se foi
sob o teto das impermanências
Me protejo, do seu amor
torrencial.
Pulmões surdos pelo barulho
da chuva.
Do alto de minha impotência
todo rosto é paisagem
Que sovo migalhas, fermento
O petricor
Os fogos de artifício
Eu nunca os esqueci, também.
Calma, e
Contra-calma
Lá em cima vejo coisa parecida com dentes sujos de batom.
(por algum acaso, você viver
me diga sob que céus viveu
tendo nunca a aurora vivenciado,
morri)