[POESIA] Poemas de Junho
venho escrevendo poemas com mais frequência!! Os que não forem demasiadamente longos vou coletá-los em posts assim.
(sem data)
Eu tento, entender 
a silhueta das palavras, 
o des 
nudo, 
além dos muros, 
odor. Des 
coberto por ti, aquém 
dos rios ao norte, 
Esvaziados do amalgama 
duma alma qualquer
02/06/24
Do desconcertante desejo de pouco ser, 
distorcidas, 
tuas vértebras saem de mim. Pelo vômito 
de uma paisagem minha— 
sob os desenhos de tuas pálpebras 
o silêncio perdura, 
o chiado, ou deschiado 
de tua bile 
adormecida.
As tranças proferidas por um 
fio teu; distante. A voz: 
do profeta, 
do anjo,  
do dissidente, 
eternamente nossa. O disparo, 
uma arma inerte, em meus peitos 
Canção preterida por deus. 
Com tantos anos minhas calêndulas deixaram de ser. 
Tu, latejante, preenchias a lua de pus.  
Cansada do calor de meu sangue, renunciaste o ter.
Bravata inerente dos desfalecidos. 
tua mão, estremecida 
pinta, em minhas têmporas, desejos desconhecidos. 
Eu, eunuca de ti. Euniquecida.
Centelha dos destinos irremediáveis. 
perdoa-me 
O calor da tinta esparramada. 
perdoa-me 
Traduz as almas destes incondenáveis. 
perdoa-me 
Remédio para matar esta moira descarada. 
estilhaça-me
05/06
O credo de teu sangue 
Me queimava aos sabados 
Tentada por tua pele. Tola 
Beijava o Santo.
Transformada num troço além 
Dos destroços de meu corpo. 
Comporam os dias por vir. 
Santificada. Tuas mãos cortavam  
o pão, o deleite, 
os outros te desfazem; você 
dizia—Descrente, na lástima da mentira.
Por outra tristeza. 
Eu me desfiz. Alheia à tua têmpora, 
meu íntimo, minha alma,  
tudo que me fazia outra. 
Tentada por teus olhos, 
me vi na menor das tuas veias. 
então,
você se desfez.
A andar, lembro me do verso—perdido— 
Trazias consigo outros corpos, fantasmas 
Entrelaçado entre meus dedos; tua víscera 
Oro para que tu se desconheça. Amém.
06/06
Ante teu fantasma reluzente, 
findo as cruzes, 
permanentes. 
Ao teu, antes vivo, corte, 
entrelaçado às praia, os 
transeuntes adoram a ti 
o eterno silêncio 
de meu 
âmago
Troço descabeçado ao sul. 
Percorre a silhueta do 
pavor, diante à deus. 
Concreto estraçalhado, 
entre meus dedos 
antônimos 
do desejo.
12/06
Tu e o resto de teu sono
Trancada, nas outras 
plumas 
atravesso, 
a costela de teus 
meio- 
por-dizeres.
O giz percorrido pelas 
trincheiras do 
poema indizível, 
conduz,
Os trechos vazios 
duma indigestão 
embaçada.