plastico, sempre a quebrar

[POESIA] Poemas de Novembro

poucas palavras esse mês. Estou em recarga. Nos vemos em breve


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tece as veias
da nossa
beatitude.

Os laços carmesins
dos traços enrugados
uma lança em meu peito.
as verdades extraviadas.


10/11/24

Pôr a mão no corrimão
escrever outra canção
perturbar alguma alma
entreter o meu perdão
deitar-me, nossa cama.

Com quantas orres se faz um sonho?
Consigo assim viver sem nenhum abano.
Me queima a consciência, esssa mancha infame.
Coisa triste, a ausência dum plano.
Mal embriaguez. Outra magoa. Acho que é fome.

Por via das dúvidas exigo um trono.
Sem regalias, embebedo-me de saudade.
A saúde envenena minha sala.

Sou o menor e mais esquisito dos números.
Teus rastros, meu ouroboros.
e com isso, esgoto-me de mim. Adeus.


15/11/24

Tu que em outras horas vinha.
Tu e teu resto de alegria.
Buscava coisa que não era minha.
Bastava me conter —memória fria.


15/11/24

E, mascarada de loucura
o sol se fez
numa forma
fugaz a ti.

Perturbada —
Assim se fez a melodia.
Escorada
nos presentes desperdiçados
A constante
mudança dos trilhos.
Movidos
a dor e destino.


18/11/24

Dor e traços.
Entretanto, respiras.
outra lesma de verão.
teus olhos:
cobre esmiuçado.
A aurora escorreu
das almas
dos restos
só tuas mãos.
Enfim,
Martírio.


21/11/24

E ali se fez eterno.
O desejo de cavar e cavar.
A carne viva por todo lugar.
E meu coração é tão terno....

Ó meu bem, entendas meu desejo.
O cintilante resto de minha
perene ferida —; Eu fui tudo
O coração enseja a criação:
dos mares,
dos insetos
de teu sorriso.

Encaminhado, meu porém
caminha por aí, sempre a perambular.
Em busca de outro fígado pra se afogar.
E disso tudo você tem.

E disso tudo eu me faço.
Por talvez um outro sentimento
Impuro e lapidado.
Assim se fez meu Amor
Não venho me entendendo tanto
e eu permaneço a sentir.


22/11/24

Quando eu vou a ti.
os traços se embaraçam no seu olhar.
a ternura do viver se recompõe.
basta o respirar —
o Mistério se sobrepõe:
O véu que a vida pôs em Ti.


30/11/24

Derrama em lugar nenhum:
As montanhas do teu silêncio.

Um instante :
O comodoro se fez virgem novamente. Não se navega sozinho e, os ventos em algum lugar
me trouxeram a ti.
As belezas do Mar.
Alheias.
Soterradas numa imensidão de olhares.

Os mortos também sorriem perante a ti,
Galatea.

O troço que costumo ver.
Um anjo nos postes.
Uma saudade transversada.
Os restos póstumos de uma fantasia.

E se acolheu
Tão sozinho,
se fez
etéreo.
O Além \